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Produção da nova safra será maior em Mato Grosso


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Mato Grosso deverá ofertar mais de 26,79 milhões de toneladas de milho safrinha em 2019. A projeção foi divulgada ontem pela consultoria INTL FCStone e se confirmada, acrescentará ganho anual de 2,27% em relação ao ciclo anterior, que fechou com 26,20 milhões de toneladas.

O incremento de uma safra para outra se dá pelas perspectivas de aumento da área plantada e do rendimento das lavouras por hectare.

Conforme a FCStone, a superfície que será destinada ao milho safrinha, ou segunda safra, passará dos atuais 4,47 milhões de hectares para 4,56 milhões. Já o rendimento, de 5,86 toneladas por hectare para 5,88.

Como apontam os analistas da consultoria, 2019 deverá ser um ano positivo ao grão, considerando as perspectivas dos produtores e o sentimento para safra 2018/19. “O campo deve reunir fôlego extra no ciclo 2018/19 para receber o aumento previsto na produção de milho”, destacam os analistas.

Segundo a consultoria INTL FCStone, o incremento é de 14,1% em relação à safra anterior, saltando para 92,2 milhões de toneladas de milho em 2018/19, resultado de revisões no primeiro e segundo ciclo do cereal.

“No caso da primeira safra de milho 2018/19, houve um leve aumento da estimativa de produção, que ficou em 27,3 milhões de toneladas, uma variação de menos de 200 mil toneladas frente ao mês passado. Em relação ao ciclo passado, esse nível de produção representa um aumento de 1,7%”, explica a analista de mercado da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi.

A produção maior no verão decorre de um aumento da produtividade estimada, que, na média do Brasil, passou de 5,22 para 5,26 toneladas por hectare. “No Rio Grande do Sul, as condições das lavouras de milho estão muito positivas e a produtividade do estado, que alterna com Minas Gerais no posto de maior produtor da safra de verão, foi elevada para 6,9 toneladas por hectare”, destaca a analista Ana Luiza.

Já em relação à safra de inverno, em sua primeira estimativa para 2018/19, a INTL FCStone aponta produção de 64,9 milhões de toneladas, considerando um aumento de área frente a 2017/18 (fechado em 53,98 milhões de toneladas, segundo a CONAB) e uma normalização da produtividade, após a quebra expressiva do ciclo anterior. Esse nível de produção representa aumento de 20% no comparativo anual.

A área plantada é estimada em 11,6 milhões de hectares pela consultoria, um aumento de 2,7% em relação a 2017/18, em decorrência da expectativa de crescimento de área em Mato Grosso e Paraná, que deve ser favorecida pelo ciclo mais adiantado da soja.

Essa recuperação da produção deve contribuir para manter os estoques finais de milho em níveis elevados, em 14,4 milhões de toneladas, segundo a INTL FCStone, mesmo com exportações maiores. “As exportações podem se recuperar em meio a uma oferta mais elevada, voltando a superar 30 milhões de toneladas. O consumo interno também deve continuar com tendência positiva, já que o Brasil é um dos maiores produtores de carne do mundo”, destaca a analista de mercado, Ana Luiza Lodi.

SOJA – Em sua revisão de dezembro, a INTL FCStone mantém a estimativa de produção de soja para a safra 2018/19 em 120,2 milhões de toneladas, nível que, se confirmado, configurará recorde histórico. Esse nível de produção é resultado de uma área em 35,9 milhões de hectares e uma produtividade de 3,35 toneladas por hectare, rendimento abaixo do recorde do ciclo passado.

Para Mato Grosso, por exemplo, os dados de novembro foram mantidos na atualização de dezembro e seguem apontando para uma safra menor que a anterior, quando o Estado atingiu novo recorde de produção. Na soja, Mato Grosso cultiva na safra 2018/19, 9,69 milhões de hectares e a produção em 31,97 milhões de toneladas, volume abaixo dos 32,30 milhões colhidas em 2018.

“As perspectivas, no geral, se mantêm positivas, mas o regime de chuvas é um ponto de atenção. Têm sido registrados volumes muito grandes de precipitação em todo o país, com previsões de que dezembro também seja um mês bastante chuvoso. Apesar de não se falar em perdas de produtividade, essas chuvas trazem preocupação quanto ao aumento de proliferação de doenças, além de dificultar os tratos culturais. Ademais, com dias muito nublados, a taxa de irradiação solar diminui. Dessa forma, nas próximas semanas o clima será acompanhado de perto, para se ter uma melhor definição do potencial produtivo da soja”, alerta o grupo, em relatório.

Para o balanço de oferta e demanda, mesmo com a expectativa de um novo recorde na safra 2018/19, espera-se que os estoques se mantenham muito baixos, em 690 mil toneladas, uma vez que as exportações devem continuar aquecidas. “Caso China e Estados Unidos entrem em algum tipo de acordo, a demanda pela soja brasileira poderia acabar ficando mais fraca, o que resultaria em um balanço um pouco menos restrito”, resume a analista de mercado da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi.

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